quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

A VIAGEM

O sonho era antigo e acalentado com muito carinho durante anos e anos .
Quando chegasse o tempo para o devido direito a licença premio,ele iria passar os 6 meses na terra natal levando a esposa e os filhos .
Dois anos antes da data prevista começaram os preparativos .
Primeiro : fazer um pé de meia (juntar um dinheirinho razoável)
Segundo:adquirir a carteira de motorista , pois pretendia ir de carro .
Terceiro: Comprar um carro,que coubesse no orçamento e que nele também coubesse a família, que a essa altura já era numerosa ( Ele a Esposa e seis filhos pequenos, mas eram seis e já faziam volume)

Este post continua nos Posts seguintes:

1) O carro

2) Preparativos Finais.

3) A Saida

4) Emoções pela estrada

5) A chegada

6) O lazer na estadia

7) Recordações do Pai

8) A volta

O Carro



Procura daqui... escolhe dali... Até que chegou a um simpático utilitário DKV.
Hoje já nem se vê quase essa marca de carro,somente pessoas que fazem coleção e outras que são saudosista e admiradoras da marca de Carro ( parece que esse carro deixa um
Que !...!...! de amor e saudades nos ex- possuidores)
Enfim escolhido e comprado o carro ,começou a fase de conhecer e se preparar tanto mecanicamente quanto na direção do veiculo .
Exemplo:
1) Aprender tirar pequenas panes do carro porque o motor era 3 tempos (ainda hoje não sei bem o que é isso) mas por esse motivo dava alguns enguiços básicos .
2) Aprender a mudar algumas peças
3) Aprender a consertar algumas falhas elétricas
No item manuseio fez pequenas viagens para aprender a dominar o carro nas estradas .
Nesse meio tempo a criançada deu o nome ao carro de JUMENTO por ele se forte e possante.
Mas não sei se o mesmo não gostou muito , (se é que objetos tem o poder de gostar ou não das coisas) porque começaram a acontecer alguns enguiços tolos,então por unanimidade o carro foi rebatizado de HERCULES .
Conhecidência ou não ele nunca mais enguiçou

Preparativos finais



Preparativos finais foram:
Presentes para os parentes...
Roupas adequadas para as crianças...
Colchonetes forrados de fazendas própias (hoje se encontra no comércio,toda variedade que se queira, (mas naquele tempo 40 anos atraz ) era mais difícil .
Compras de alimento, biscoitos ,enlatados, leite em pó, Neston, Nescáu Etc...etc...
Algumas frutas,pois pensávamos encontrar mais frutas pelas estradas .
Um galão enorme de água filtrada,com uma torneirinha para facilitar o enchimento dos copos,sem se preciso parar o carro para essas necessidades básicas ..Com a água e o leite em pó faríamos as bebidas Lácteas .
Neste tempo nem se sonhava com as embalagens Tetra Plack,que atualmente são tão úteis e práticas.
Depois durante a viagem pretendíamos reabastecer de mais água nas paradas,nos postos ou nos bares que encontrássemos.
Durante a viagem foi difícil encontrar até água filtrada,e nem havia a facilidade de água Mineral como agora temos . Muitas vezes enchíamos em nascentes confiáveis,pois ele tinha
facilidade de reconhecer por ter vivido muitos anos no interior .
Com relação aos alimentos mais simples ,tudo comprado e embalado .
A bastante tempo ele havia se associado a Touring Clube do Brasil (não sei se ainda existe) para no caso de alguma emergências nas estradas termos mais segurança .
Compramos um mapa Rodoviário e estudamos ,da melhor forma possível os caminhos que seriam tomados
.
Pelo fato de as três crianças menores serem muito pequenas e estarem acostumadas a ir ao banheiro nos troninhos (nome de cadeirinhas propias para colocar o Urinol das crianças); levamos também para eles um urinolzinho para que eles se servissem sem precisar usar banheiros de Postos de gasolina ,hotéis ,restaurantes ou sei lá mais o que?
Mesmo indo ao banheiro levávamos aquele precioso artefato numa espécie de caixa de chapéu com alça em cima e fechada com feicho- éclair e assim , quando saíssemos do carro para ir aos banheiros dos locais não chamar atenção com o objeto tão extravagante na mão . Dentro do banheiro era tirado da caixa -bolsa usado ,lavado, higiênicamente e guardado novamente.

A Saida

Dia 4 de dezembro de 1972
3 horas da manhã
Levantamos ancoras!
Duvidas! ! !
O Carro entulhado!
-Será que agüenta?
Para tirar dúvidas ,fizemos três voltas pelo quarteirão ...
-Acho que dá!...
Festa!!! Lá fomos nós...Av. Brasil...Estrada Rio -Petrópolis...
Antes do primeiro pedágio ,paramos num Posto de gasolina .
Café para as crianças .Olhamos os pneus,combustível , e lá fomos nós.
Passado o centro de Petrópolis, a Policia Rodoviária nos parou .
Foram gentis.
-Bom dia! Tudo bem?
-Para onde estão indo?
-Documentos?
Atendidos. Muito simpaticamente retrucaram .
-Muito cuidado com as estradas e ... Boa viagem !
Um deles arriscou
-Eu já possui um carro igual a esse,tenho saudades! Boa sorte!
Mais uma vez...lá fomos nós, a farra era grande entre os pequenos.
Cada caminhão que passava eles acenavam,e os caminhoneiros vendo tanta criança buzinavam. Foi legal!

Emoções pela estrada













O Primeiro Pernoite
O primeiro pernoite aconteceu em Realeza
Banho,janta as crianças com a corda toda,parecia que tinham acabado de começar a viagem.
Só nos dois estavam cansados.
No dia seguinte continuamos a viajem.
A mesma animação .
O pernoite seguinte foi em Vitória da Conquista .
O ritual foi o mesmo,banho .janta e o sono reparador se não fosse uma das meninas ter ficado trancada no banheiro,porque a porta enguiçou.
Chamado o gerente, sanada a situação,fomos dormir.
Mas não foi por muito tempo,o calor era sufocante.Não havia ar refrigerado e o ventilador não dava conta do recado .
As crianças menores começaram a chorar
Quatro horas resolvemos levantar acampamento .

Pago o hotel,as crianças no carro,lá fomos nós .
Enquanto estávamos na cidade havia alguma claridade;mas quando pegamos a estrada, parecia que havíamos mergulhado em uma nuvem de BREU...
Só se via mesmo o facho de luz do nosso farol.
Pior é que não haviam postos de gasolina ..luzes de casas... nada...
As crianças dormiam, e nós dois !..que medo!
Naquele tempo a BR 116 já era uma estrada asfaltada porem era um local quase na totalidade ermo .
Foram quilômetros e mais quilômetros sem se enxergar uma luz sequer . Mas não podíamos parar porque não sabíamos aonde estávamos...sufoco ! .
Lá pelas tantas apareceu o brilho de um farol atrás de nós . Ultrapassou-nos...
Era um ônibus...
Pensamos: - vamos atrás dele ,porque aonde ele for nós poderemos ir...
E lá fomos... Vai... vai... vai...
O ônibus começou a aumentar a velocidade...e nós atrás
Derrepente o ônibus sumiu: Nossa !... Que houve?
O ônibus não sumiu !...
Era uma curva fechadíssima,e tivemos que acompanhá-lo ,porque na velocidade que íamos frear significaria , capotar.
Diminuímos a velocidade aos poucos.
O Ônibus simplesmente desapareceu na escuridão da noite .
Agradecemos a Deus aquela Graça (foi mesmo um milagre)
Olhamos a nossa fortuna que estava dormindo tranqüilamente e... com o coração nas mãos seguimos agora bem mais devagar,nos prometendo não mais repetir aquela loucura .
Como custou a clarear aquela madrugada !
Mas quando o dia clareou ...que maravilha!
O horizonte desenhou-se cor de rosa .Para mim poucas coisas se igualaram aquela cena que presenciei .
Acostumada a viver no Rio uma cidade basicamente de montanhas, deslumbrei-me com a estrada perdendo-se num horizonte que se confundia com o céu .
A partir daí o caminho tornou-se uma estrada sem fim ,com terras de um lado e do outro,com plantações ou não !
.
Poucos animais
Poucas plantações,gente nem se via,estavam lá talvez, mas talvez invisiveis.
Quando passávamos nos vilarejos,comíamos em pequenas pensões, e nos abastecíamos de água ,combustível e do que mais fosse preciso .
Na Baia conheci uma frutinha muito cotada por lá ( o umbu ) ,tinha muito a vender pelas estradas mas as crianças não se adaptaram ao sabor
Nas estradas tinha um pouco de pessoas vendendo Pássaros e animais silvestres ,agora o Ibama breca todas essas atividades,felizmente.
Em Juazeiro da Baia atravessamos a ponte do Rio São Francisco ,do outro lado do rio é a cidade de Petrolina aonde vimos o asteamento da bandeira num pólo naquela época ainda experimental de irrigação ,no qual tinha muita melancia ,compramos e as crianças se deliciaram e melaram todo o carro com o caldo que descia das mesmas.O carro andando porque se parássemos perderíamos muito tempo .
 
 
Depois voltamos ao litoral passamos por Sergipe , Alagoas . Mas para não nos alongarmos demais não entramos nas cidades.
Em Recife entramos na capital ,passamos por Olinda .
Em Natal passamos pela capital e nos dirigimos para Mossoró.
A partir daí as crianças
já estavam ansiosas para chegar ao Ceará.

A CHEGADA

Chegamos em Fortaleza já era noite.Pernoitamos em casa de parentes .
Fomos visitar a filha dele que não viamos a algum tempo pois residia em Fortaleza.
No dia seguinte seguimos em direção a praia Freixeiras. Era assim que era nomeada a cidade naquela época .
Hoje em dia se diz Fleixeiras. Até hoje não sei qual é o nome certo .
Chegamos a tarde.
Aquela festa , ele não via os pais a algum tempo.
Os avós revendo os netos já bem crescidinhos.
Muita alegria.
Muita curiosidade das crianças em conhecer a terra natal do Pai,da qual ele sempre falava com tanto carinho e saudade.
Dai o empenho, vamos conhecer tudo?
E lá foram eles...

O Lazer na estadia


Lazer na estadia
A partir daí foram as coisas de praxe .Visitas ,passeios nas dunas muito banho de mar para as crianças;
Principalmente as Dunas eram a parte mais interessante para as crianças,pois como se diz hoje em dia ,era um barato aquele mundo de areia .Elas escorregavam lá de cima,não dava para machucar
porque era areia,mas dava uma aflição ver aqueles pingos de gente areia abaixo .
No caminho das dunas eles viam muitos jumentinhos
Animal comum de se ver por lá
Muito bom de recordar

















Recordações do Pai
O Pai matou a saudade das pescarias que realizava antes de sair de lá.
Eu aproveitei aquela área imensa de areia para treinar a direção do carro,mas,para minha decepção as crianças ficavam com medo de sair comigo no carro .
Era minha insegurança que eu passava para eles.
Naquele mundo de areia ( era uma areia consistente ,que não daria para o carro atolar) mas eu morria de medo de perder o controle do carro e entrar mar a dentro .
Hoje em dia ao lembrar eu até acho graça,mas o fato é que nunca mais eu tive coragem de aprender a dirigir.

A VOLTA

Viajamos para passar três meses,mas a questão é que parece que metade da família teve a mesma idéia; e meus sogros ficariam com a casa apinhada de gente .
Por esse motivo, passamos o Natal com eles e resolvemos voltar para Fortaleza .
Na véspera do dia 31 de dezembro,levantamos acampamento e viajamos de volta .
Passamos a comemoração do dia 31 de dezembro em São Miguel uma cidadezinha de Alagoas, que na ocasião só possuía uma rua principal,com uma igreja no final.
(Hoje em dia tornou-se uma cidade enorme , que possui um Pólo Petroquímico)
Dormimos numa pequena pensão,num quarto com três camas.As crianças e nós divididos nelas .
Pior é que pelo menos em duas delas o meio era mais fundo , e por esse motivo a reclamação era geral:
-Mãe o fulaninho esta caindo em cima de mim!
-Pai a fulaninha está me empurrando, eu vou cair da cama!
Mas entre trancos e barrancos passamos a noite .
Dia primeiro de janeiro continuamos nosso caminho .
Interessante é como a distancia une as pessoas .
Lá pelas tantas ,não sei nem precisar aonde,ouvimos um carro atráz de nós buzinando insistentemente e quando passaram por nós (era um carro cheio de jovens) acenaram alegremente, só entendemos o motivo quando eles tomaram a nossa frente e vimos que a placa do carro deles era do Rio de Janeiro,aí respondemos com as buzinadas e acenos.
É algo bastante reconfortador.
Na volta viemos pelo litoral ,aproveitando ao máximo a viagem.
Chegamos exatamente no dia quatro de janeiro , com essa bagagem imensa de recordações que até hoje povoam nossas mentes e principalmente as das crianças ,que hoje já não são mais crianças e sim Pais e até avós
Agora direi
“ BONS TEMPOS “

sábado, 12 de dezembro de 2009

Vela para iluminar



Vela para iluminar
O texto a seguir estava escrito na parede de uma pequena igreja nos Pirineus,na Espanha:
“Senhor,que esta vela que acabo de acender,seja a minha luz e me ilumine em todas as minhas decisões e dificuldades.
Que seja fogo para que Tu queimes em mim o egoísmo,o orgulho e as impurezas .
Que seja chama para que Tu aqueças meu coração e me ensines a amar profundamente.
Eu não posso ficar muito tempo em Tua igreja . Mas, deixando esta vela,um pouco de mim mesmo permanece aqui . Ajuda-me a prolongar minha prece nas atividades de todo este dia .
Amem”
Pagina do Jornal o Dia
De Paulo Coelho

sábado, 5 de dezembro de 2009

Historia de um Cão




Luis Guimarães Filho
“Eu tinha um cão. Chamava-se Veludo:Magro, asqueroso, revoltante, imundo,Para dizer numa palavra tudo , foi o mais feio cão que houve no mundo
Recebi-o das mãos dum camarada.Na hora da partida, o cão gemendo
Não me queria acompanhar por nada:
Enfim - mau grado seu - o vim trazendo.
O meu amigo cabisbaixo, mudo,Olhava-o ... o sol nas ondas se abismava....
«Adeus!» - me disse, e ao afagar Veludo,nos olhos seus o pranto borbulhava.
«Trata-o bem. Verás como rasteiro te indicara os mais sutis perigos;
Adeus! E que este amigo verdadeiro te console no mundo ermo de amigos.
»Veludo a custo habituou-se à vida que o destino de novo lhe escolhera;
Sua rugosa pálpebra sentida chorava o antigo dono que perdera.
Nas longas noites de luar brilhante,febril, convulso, trêmulo, agitado a sua cauda - caminhava errante
A luz da lua - tristemente uivandoToussenel: Figuier e a lista imensa dos modernos zoológicos doutores ,dizem que o cão é um animal que pensa:
Talvez tenham razão estes senhores.
Lembro-me ainda, trouxe-me o correio, cinco meses depois, do meu amigo ,um envelope fartamente cheio:
Era uma carta. Carta! era um artigo contendo a narração miúda e exata, da travessia.
Dava-me importantes notícias do Brasil e de La Plata,
Falava em rios, árvores gigantes:Gabava o steamer que o levou; dizia que ia tentar inúmeras empresas:
Contava-me também que a bordo havia Mulheres joviais - todas francesas.
Assombrava-me muito da ligeira moralidade que encontrou a bordo:
Citava o caso d’uma passageira...Mil coisas mais de que me não recordo.
Finalmente, por baixo disso tudo em nota breve do melhor cursivo recomendava o pobre do Veludo
Pedindo a Deus que o conservasse vivo.Enquanto eu lia, o cão tranquilo e atento me contemplava, e - creia que é verdade,vi, comovido, vi nesse momento ,seus olhos gotejarem de saudade.
Depois lambeu-me as mãos humildemente,estendeu-se a meus pés silencioso,movendo a cauda, - e adormeceu contente
Farto d’um puro e satisfeito gozo.Passou-se o tempo. Finalmente um dia vi-me livre d’aquele companheiro;
Para nada Veludo me servia, dei-o à mulher d’um velho carvoeiro.E respirei! «Graças a Deus! Já posso»Dizia eu «viver neste bom mundo sem ter que dar diariamente um osso a um bicho vil, a um feio cão imundo».
Gosto dos animais, porém prefiro a essa raça baixa e aduladora um alazão inglês, de sela ou tiro, ou uma gata branca sismadora.
Mal respirei, porém! Quando dormia e a negra noite amortalhava tudo sentí que à minha porta alguém batia:
Fui ver quem era. Abri. Era Veludo.Saltou-me às mãos, lambeu-me os pés ganindo,Farejou toda a casa satisfeito;e - de cansado - foi rolar dormindo como uma pedra, junto do meu leito.
Praguejei furioso. Era execrável suportar esse hóspede importuno que me seguia como o miserável ladrão,ou como um pérfido gatuno.
E resolvi-me enfim.
Certo, é custoso dizê-lo em alta voz e confessá-lo
Para livrar-me desse cão leproso havia um meio só: era matá-lo
Zunia a asa fúnebre dos ventos;
Ao longe o mar na solidão gemendo arrebentava em uivos e lamentos...
De instante em instante ia o tufão crescendo.
Chamei Veludo; ele seguia-me. No entanto a fremente borrasca me arrancava dos frios ombros o revolto manto,e a chuva meus cabelos fustigava.
Despertei um barqueiro. Contra o vento,c ontra as ondas coléricas vogamos;
Dava-me força o torvo pensamento:
Peguei num remo - e com furor remamos
Veludo à proa olhava-me choroso como o cordeiro no final momento
,Embora! Era fatal! Era forçoso livrar-me enfim desse animal nojento.
No largo mar ergui-o nos meus braços e arremessei-o às ondas de repente...
Ele moveu gemendo os membros lassos lutando contra a morte.
Era pungente.
Voltei à terra - entrei em casa. O vento zunia sempre na amplidão profundo. e pareceu-me ouvir o atroz lamento de Veludo nas ondas moribundo
.Mas ao despir dos ombros meus o manto ,notei - oh grande dor! - haver perdid uma relíquia que eu prezava tanto!
Era um cordão de prata: - eu tinha-o unido contra o meu coração constantemente e o conservava no maior recato pois minha mãe me dera essa corrente,e, suspenso à corrente, o seu retrato.
Certo caíra além no mar profundo, no eterno abismo que devora tudo; e foi o cão, foi esse cão imundo a causa do meu mal!
Ah, se Veludo duas vidas tivera - duas vidas eu arrancaria àquela besta morta e àquelas vis entranhas corrompidas.
Nisto senti uivar à minha porta.
Corri, - abri... Era Veludo! Arfava:
Estendeu-se a meus pés, - e docemente deixou cair da boca que espumava a medalha suspensa da corrente.
Fora crível, oh Deus? - Ajoelhado junto do cão - estupefato, absorto, palpei-lhe o corpo: estava enregelado;
Sacudi-o, chamei-o! Estava morto”.

DÊ CORAÇÃO DE NATAL!!!



Enfeite a árvore de sua vidacom guirlandas de gratidão!

Coloque no coração laços de cetim rosa,amarelo, azul, carmim.

Decore seu olhar com luzes brilhantes estendendo as cores em seu semblante

.Essa é sua roupa para o Natal!

Em sua lista de presentes, em cada caixinha,embrulhe um pedacinho de amor, carinho, ternura,reconciliação, amizade e perdão...

Tem presente de montão no estoque do nosso coração e não custa um tostão!

A hora é agora!

Comece a embalar os presentes!

Vamos! Enfeite seu interior!

Seja diferente! Seja reluzente!
- Votos de um Feliz Natal ...Um Ano novo que te traga muitas alegrias!

(Cora Coralina)

Manual de sobrevivência



MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA

"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.

E você aprende que amar não significa apoiar-se, que companhia nem sempre significa segurança, e começa a aprender que beijos não são contratos, e que presentes não são promessas
Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança;
Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os nossos planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo,

E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...
Aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais,

E descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la,

E que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida;

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias, e o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida, e que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que eles mudam; percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos
Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influências sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve compará-los com os outros, mas com o melhor que podem ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.

Aprende que não importa onde já chegou, mas onde se está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.
Aprende que ou você controla seus atos, ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.
Aprende que paciência requer muita prática.

Descobre que algumas vezes a, pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se;

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou

Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha

Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens; poucas coisas são tão humilhantes... e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando se está com raiva se tem o direito de estar com raiva, mas isso não dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso
.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém; algumas vezes você tem que aprender a perdoar a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás, portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores
E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
Descobre que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!

Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar
 
William Shakespeare