terça-feira, 13 de outubro de 2009

Se...



Se...
Rudyard Kipling
Trad.de Guilherme de Almeida

Se és capaz de não perder a tua calma quando
Todo mundo ao redor já perdeu e te culpa:
De crer em ti quando estão todos duvidando;
E para esses no entanto achar achar sempre uma desculpa:
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
Ou,enganado , não mentir ao mentiroso,
Ou,sendo odiado,sempre ao ódio te esquivares,
E não parecer bom demais nem pretensioso
Se és capaz de pensar - sem que a isso te atires;
De sonhar--- sem fazer dos sonhos teus senhores;
Se ,encontrando a Desgraça e o Triunfo ,conseguires
Tratar da mesma forma esses dois impostores;
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas
Em armadilhas as verdades que disseste
e, as coisas,por que deste a vida,estraçalhadas,
Com o bom e refazê-las com o bem pouco que te resta
Se és capaz de arriscar numa única parada
Tudo que ganhaste em toda a tua vida, e perder,
E ao perder , e ao perder, sem nunca dizer nada
Resignado,tornar, ao ponto de partida;
De forçar coração,nervos,músculos ,tudo
E dar seja o que for,que neles ainda existe,
E a persistir assim quando exaustos contudo
Resta a vontade em ti que ainda ordena: Persiste!
Se és capaz de entre a plebe não te corromperes
e,entre Reis ,não perders a naturalidade,
E de amigos,quer bons,quer maus te defenderes;
E a todos poder ser de alguma utilidade
Se és capaz de dar segundo por segundo
Ao minuto fatal,todo o valor e brilho
Tua é a terra com tudo que existe no mundo,
E...o que.. é mais ..tu serás um homem meu filho

Joseph Rudyard Kipling (30 de dezembro de 1865, em Bombaim, Índia - 18 de janeiro de 1936); escritor britânico, nascido na Índia.

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